Lojas do Centro registraram redução do faturamento já nos primeiros dias de março; nova onda de prejuízo e desemprego volta a assombrar os alagoanos.


Foto: Ailton Cruz

O impacto do recuo de fases do distanciamento social controlado em Alagoas, após edição do decreto do Governo do Estado, já começa a afetar, drasticamente, setores da capital. Nas lojas do Centro, por exemplo, houve redução do faturamento em 12% nos primeiros dias de março, quando comparado ao mês anterior. Nos restaurantes, uma nova onda de prejuízo e desemprego volta a assombrar os alagoanos.

O presidente da Associação de Bares e Restaurantes de Alagoas (Abrasel/AL), Thiago Falcão, explicou a importância do diálogo com os gestores, para encontrar saída nesse momento da pandemia, como a suspensão de taxas e redução de tributos pagos pelos empresários, além de acesso facilitado às linhas de crédito.

“A gente vem tentando ter processo de compensação para os nossos negócios. Foi aberto canal de conversa com o prefeito JHC que já começou a surtir efeito, como a isenção da taxa de localização, que é fundamental para nós”, afirma Thiago Falcão sobre o anúncio de medidas tributárias para minimizar o impacto financeiro com as restrições.

Dentre as medidas anunciadas pelo prefeito JHC, nessa quarta-feira (10), estão o desconto na taxa única do IPTU, isenção da taxa de localização e a validade da certidão negativa de 180 dias.

Segundo Thiago Falcão, com o novo decreto que impôs mudanças nos horários e dias de funcionamento, os estabelecimentos amargarão prejuízo e já iniciaram redução do quadro de funcionários e suspensão de atividades, já que em torno de 60% do faturamento de bares e restaurantes ocorre nos fins de semana.

Antônio Nilson, proprietário do Restaurante Caruaru, em Maceió, está preocupado. Com a redução dos horários e dias de funcionamento, não sabe como será daqui para a frente. A queda no faturamento já chega a 60%, desde que o estabelecimento foi afetado pelas medidas para evitar o avanço da doença. “Recebi essa notícia sobre as mudanças com muita tristeza. A gente não tem contrapartida do Governo. Gera emprego, gera renda, paga impostos e não consegue apoio”, explica.

Segundo Nilson, que instalou seu restaurante há mais de 10 anos, na Ponta Verde, as notícias sobre a pandemia provocam pânico na população e há estabelecimentos atuando de forma irregular, funcionando, normalmente, como se não houvesse restrições.

“A pessoa tem um negócio, não paga nada, não é regularizado e está funcionando, enquanto a gente cumpre direitinho o que o Governo determina. Por que não liberaram para a gente trabalhar nos sábados e domingos? Isso prejudica muito a gente”, questiona o empresário.

Segundo o presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido Júnior, o medo de contaminação pelo coronavírus, a consequente redução do fluxo de pessoas no centro de Maceió e recuo para a fase amarela provocaram a queda nas vendas.

“No caso das vendas pela internet, houve aumento; já no Centro, houve queda no faturamento. A situação está muito difícil. Tivemos uma redução no horário também, mas ficou no que acertamos. O problema é que bancos, lotéricas e ônibus continuam lotados”, afirma o empresário Guido Júnior, presidente da Aliança Comercial.

Guido Júnior afirma que o setor teme mais medidas de restrição à circulação de pessoas, que podem prejudicar, ainda mais, os empresários. No domingo (7), o Governo de Alagoas anunciou uma nova etapa do distanciamento social controlado; com isso, municípios do Sertão e do Agreste regrediram para a fase vermelha, e Maceió e as demais regiões, para a fase laranja.

Com as mudanças, as lojas do centro de Maceió só podem funcionar das 9h às 17h (segunda a sexta) e das 8h às 13h (no sábado). Já os bares e restaurantes (com 50% de sua capacidade), das 6h às 20h, sendo proibido o funcionamento a partir das 20h de sexta até as 6h de segunda.








Por: Regina Carvalho, Portal Gazetaweb.com