Segundo a Polícia Civil, entre os envolvidos diretamente no crime estão cinco adultos, que já tinham sido presos em fevereiro, e três adolescentes.


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A Polícia Civil indiciou dez pessoas por envolvimento em roubos de obras de arte de Francisco Brennand ocorridos no Parque das Esculturas, no Centro do Recife. Nesta segunda (15), a corporação divulgou ter encerrado o inquérito e disse que as peças viraram sucata e acabaram sendo derretidas.

Um dos crimes registrados no parque, na frente do Marco Zero do Recife, ocorreu em dezembro de 2020. Foram roubados uma serpente de bronze, que tinha cerca de 20 metros de comprimento e 1,5 metro de altura, e diversos pássaros.

Durante entrevista coletiva concedida, nesta segunda, na sede da Polícia Civil, no Centro da capital pernambucana, o delegado Felipe Monteiro detalhou as investigações. Segundo ele, entre os indiciados estão responsáveis diretos pelo crime e receptadores das obras de arte.

Em fevereiro deste ano, cinco homens foram presos pelo crime. A operação foi intitulada de Serpente Marinha, em referência a uma das obras roubadas.

“Ficou comprovado envolvimento de cinco maiores de idade e de três adolescentes. Já representamos pela prisão cautelar dos adultos. Também concluímos que houve a participação de dez pessoas em toda a empreitada criminosa”, afirmou o delegado.

O policial explicou que os cinco adultos foram presos por furto qualificado e associação criminosa. Também houve a participação de três adolescentes, que praticaram infrações “análogas a esses crimes”.

“Também conseguimos comprovar a participação de responsáveis por dois estabelecimentos comerciais que compraram os produtos do furto. Os proprietários foram responsabilizados por receptação qualificada. Eles são do Recife e de Paulista”, acrescentou o delegado.

O delegado informou, durante a coletiva, que os homens indiciados usaram pequenos barcos para pegar as obras e levar até a margem do Rio Capibaribe. Depois, eles colocaram em carros para entregar aos estabelecimentos comerciais.

“A gente não tem certeza se os donos dos estabelecimentos sabiam exatamente que eram obras de arte. Mas eles têm que entender a legislação e saber que não podem comprar material dessa maneira. Foi demonstrada a prática criminosa”, afirmou.

Felipe Monteiro afirmou que a polícia não conseguiu recuperar as obras roubadas do Parque das Esculturas. Ainda de acordo com o delegado, essas peças passaram por várias etapas até serem derretidas.

Depois de fracionadas, elas foram vendidas em diversos municípios no Grande Recife e até em outros estados. Primeiro, as obras passaram por um estabelecimento comercial menor, no Recife, e depois para uma empresa maior, em Paulista.

“Assim, elas foram parar em Alagoas. Depois, tivemos conhecimento que os objetos tinham sido fundidos”, acrescentou Felipe Monteiro.

Parque

Inaugurado há 20 anos para celebrar os 500 anos de descobrimento do Brasil, o Parque das Esculturas reúne trabalhos de Francisco Brennand, artista que faleceu em dezembro de 2019 e deixou as esculturas como legado cultural para a cidade.

Ao todo, 90 esculturas deveriam estar no espaço, mas os trabalhos foram sendo danificados ou roubados, ao longo dos anos. A falta de segurança e de revitalização foi alvo de várias denúncias.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) abriu uma auditoria especial para apurar e indicar a responsabilidade da prefeitura do Recife no roubo. O tribunal informou que foram levadas 64 das 79 peças doadas em vida por Francisco Brennand.

Na sexta-feira (12), a prefeitura do Recife inaugurou o novo sistema de iluminação do Parque das esculturas.







Por: G1