Entidade cobra isenção de impostos e diz que novas restrições vão acabar com mais da metade do setor até o próximo mês.


Reprodução/Instagram

O novo decreto, anunciado nesse domingo (7), três dias após restrições terem sido comunicadas pelo Governo do Estado, pegou o setor de bares e restaurantes de surpresa. A entidade que representa o segmento, a Abrasel, fala em "fundo do poço". A proibição de funcionamento em todo o Estado, seja em tempo integral ou em alguns horários, vai gerar demissões em massa a partir desta segunda (8), conforme revela o presidente da associação, Thiago Falcão.

Nas redes sociais, a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Alagoas (Abrasel/AL) fez uma postagem com a hashtag #vamosdividiraconta para pedir socorro ao poder público, para atenuar os graves problemas que o ramo enfrenta desde o começo da pandemia. Há pedido para isenção de impostos, abertura de linha de créditos mais favoráveis e auxílio para honrar com os compromissos até que o "novo normal" retorne.

“Governador Renan Filho e prefeitos dos municípios alagoanos, o nosso setor vem sendo desde o início um dos mais prejudicados com as restrições impostas pela pandemia e, mesmo diante dos prejuízos imensuráveis, seguimos cumprindo, com todos os protocolos de segurança. Assumimos um compromisso descomunal de empréstimos, aumento de mercadorias e redução de faturamento. Não temos outra saída se não compartilhar esse peso com vocês. Por isso, vai aqui um pedido de socorro: Vamos dividir essa conta com a gente?”, escreveu a entidade, nas redes sociais.

Os empresários defendem, inclusive, que o Governo do Estado utilize uma parte dos R$ 5 bilhões que diz ter em caixa para auxiliar o setor, que agoniza em meio às consequências provocadas pela pandemia.

Ouvido pela Gazetaweb, nesta manhã, Thiago Falcão revela que, desta vez, a entidade não foi consultada pelo governador, sendo uma decisão unilateral, e acrescentou que o segmento de bares e restaurantes não suporta mais um período de fechamento das atividades. O nível de endividamento é alto, as empresas ainda não se recuperaram do tombo e ainda têm que lidar com a alta da inflação que incide no preço das mercadorias.

“Esta proibição de funcionamento no Agreste e Sertão, além da restrição de horário e fechamento aos fins de semana, nas demais regiões do Estado, vão extinguir mais da metade dos bares e restaurantes a partir do próximo mês. Por isso, pedimos que o Governo do Estado e as prefeituras dividam as contas com a gente e aprovem a isenção de impostos, que, neste momento, é justo para o setor”, analisa o presidente da Abrasel.

Falcão diz que não pretende entrar na discussão acerca do quadro dramático no sistema de saúde, provocado pelo aumento do número de casos de coronavírus em Alagoas. “O que posso dizer, agora, é que o setor de bares e restaurantes não consegue mais sobreviver. Estamos sem esperança quanto ao futuro e não sabemos mais o que fazer. Todos estamos sem chão e não temos mais perspectiva de quais meios legais poderemos adotar daqui para frente”.

Ele informa que, pelo menos, três empresários divulgaram que pretendem demitir cerca de 40% dos funcionários ainda nesta segunda-feira. “O pior é que, se as demissões se concretizarem, serão judicializadas porque o setor não tem reserva para pagar os encargos aos trabalhadores. Estas proibições acabaram com o nosso segmento. O impacto destas restrições será em cadeia, já que o turismo, diretamente ligado ao nosso ramo, vai sofrer uma baixa também”, detalhou.

A Abrasel informa que o novo decreto deve gerar um tombo de mais de 60% no faturamento dos bares e restaurantes, percentual que era conquistado, sobretudo, aos fins de semana.

As medidas anunciadas pelo governador valem por sete dias, mas, durante a coletiva nesse domingo, Renan Filho (MDB) adiantou que mudanças podem ser feitas até lá, a depender da situação da pandemia.













Por: Thiago Gomes, Portal Gazetaweb.com