Foto: Lucas Carvalho |
Dados da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau-AL) mostram que, até essa sexta-feira (5), 119.771 alagoanos já foram vacinados contra a Covid-19, o que dá, em média, 2.302 vacinados por dia. Segundo os infectologistas, é necessário que 80% da população seja imunizada para que a pandemia seja controlada. Portanto, se o ritmo da vacinação em Alagoas continuar como está, a pandemia só estará estabilizada no Estado em junho de 2024.
De acordo com a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de Alagoas está em 3.351.543 habitantes. Ou seja, é preciso vacinar 2,680 milhões de pessoas para que se obtenha o controle da pandemia. Os números mostram que no ritmo atual isso levará 39 meses. Portanto, para que a pandemia em Alagoas esteja sob controle até o fim deste ano é preciso que o ritmo de vacinação mais que triplique, isso significa 8.477 vacinados por dia no Estado. Tendo em vista que 2.560.289 milhões de alagoanos ainda precisam ser vacinados para que a imunização chegue a 80% no Estado.
Em todo o País, para conter a pandemia em até um ano, a vacinação precisará chegar a 2 milhões de pessoas por dia. A estimativa foi extraída dos cálculos de um estudo publicado em fevereiro pelo Programa de Pós-Graduação em Modelagem Computacional da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei).
Com média de 185 mil imunizações por dia — considerando as 5.756.502 de doses aplicadas entre 18 de janeiro e 19 de fevereiro —, o Brasil precisaria aumentar 10,7 vezes a quantidade de pessoas vacinadas por dia para conter a pandemia em um ano. Segundo o estudo, caso a vacina chegue a 2 milhões de pessoas a cada dia, cerca de 191.110 vidas seriam salvas em um ano com uma vacina 50% eficaz. Com um imunizante 90% eficiente, a quantidade de vidas preservadas chegaria a 226.473.
"Para salvar essas vidas temos que conseguir vacinar cerca de 100 milhões de brasileiros até o final do mês de maio, início de junho", afirmou à UFJF Rodrigo Weber, um dos autores do documento. "Quanto mais postergarmos essa data, mais vidas serão perdidas e menor será o impacto da vacina no número de óbitos ao longo do ano." Em Alagoas, a vacinação até agora chegou somente ao público com idade igual ou superior a 79 anos ou para profissionais da Saúde. O lote mais recente com imunizantes a chegar no Estadoi foi de mais de 37 mil doses, que chegaram na última quarta-feira (24). No total, o estado recebeu 24 mil doses da Oxford/AstraZeneca e 13,4 mil doses da CoronaVac.
A pandemia em Alagoas teve outro marco no dia 28 de fevereiro, quando a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) confirmou a detecção da nova variante brasileira do novo coronavírus, surgida no Amazonas e denominada de P1, no território alagoano. A nova variante foi identificada em duas alagoanas das cidades de Viçosa e de Anadia. A paciente de Viçosa tem 36 anos e viajou para Manaus (AM) no mês de janeiro, onde permaneceu na capital do Amazonas por quatro dias. Ao retornar da viagem, a paciente apresentou os sintomas do novo coronavírus.
O segundo caso é de uma idosa de 64 anos, que não viajou para o Amazonas e não teve contato com nenhuma pessoa do território amazonense ou de qualquer outro Estado brasileiro. Isso mostra que a nova variante P1 do novo coronavírus está em circulação em Alagoas
. “Essa nova variante do Amazonas nos chama a atenção por ter uma maior transmissibilidade, mas sem nenhuma confirmação de que os casos sejam mais graves e ou letais. Com uma transmissão maior, isso significa que o vírus deva infectar mais pessoas, caso a população não mantenha as medidas de proteção”, reconheceu o secretário. Mesmo assim, segundo Ayres, “não existe motivo para pânico com o surgimento dessa nova variante”.
Por: Hebert Borges, Portal Gazetaweb.com
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