Segundo o presidente da entidade, é preciso que Estado e Municípios dividam a conta com os empresários.


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Atualmente na fase laranja, com medidas mais restritivas, a capital e outras regiões que atuam mais fortemente no setor de turismo ainda estão conseguindo trabalhar, mas com dificuldade. A coisa muda de figura caso o Governo de Alagoas tenha que regredir, ainda mais, as medidas, colocando todo o estado na fase vermelha. Por ora, apenas o Sertão e Agreste tiveram que retornar à fase.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Alagoas (ABIH/AL), André Santos, a extensão do decreto pode gerar mais desempregos e dificuldade para o setor.

A edição da Gazeta de Alagoas desta quarta-feira (10) mostra que mais de 20% das reservas em hotéis da capital foram canceladas por conta da fase laranja, medida anunciada pelo Governo de Alagoas, no último domingo (07). A situação mais complicada está nas regiões que já passaram da fase laranja. Segundo o presidente da ABIH, são 64 hospedagens, dentre hotéis e pousadas afetadas com o novo decreto.

“Neste momento que foi estabelecida a restrição do Governo para a fase laranja, o turismo, com dificuldade, consegue trabalhar. Nossa preocupação não é com o que o estado determinou hoje, mas é ele colocar todo o estado na fase vermelha. Isso causará danos irreparáveis. Nós entendemos o lado do Governo, já que os números de casos e internações estão subindo, e o tempo de duração dos pacientes na UTI mais demorado, mas indo para a fase vermelha, em todo o estado, vai ficar difícil para o setor sobreviver”, alertou.

Conforme dados da ABIH-AL, o turismo em Alagoas é responsável por gerar 25 mil empregos diretos de carteira assinada e cerca de 100 mil famílias que trabalham indiretamente ligadas à cadeia turística.

“A cadeia do turismo não pode sofrer um baque tão grande assim. Nós compreendemos a decisão, mas precisamos olhar todos os lados para manter o sustento dessas famílias. O Litoral Norte e a capital são muito fortes no turismo, assim como Penedo e Piranhas, que já estão na fase vermelha. Temos empresários preocupados com novos fechamentos, porque isso gera uma série de desempregos”, afirma.

Apesar de terem sido pegos de surpresa com as novas medidas, André Santos disse que as próximas medidas de restrições que possam ser adotadas pelo Governo precisam ser dialogadas com a categoria. O setor disse, ainda, que o Estado e Municípios devem ajudar a dividir essa conta com a categoria.

“Vamos querer que tanto o Estado como os Municípios dividam a taxa de despesas com o setor. Temos muitos impostos a serem pagos, contratos com empresas, fornecedores, clientes e funcionários. E vamos fazer o que com os funcionários? Na primeira onda de casos, eles já entraram no programa do Governo, com a redução de carga horária e suspensão, e voltaram a trabalhar. Se fizer uma restrição mais drástica e as empresas forem obrigadas a fechar, nós vamos fazer o que com pessoal? Quem vai pagar isso?”, questionou.

Ele explica, ainda, que alguns empresários conseguiram empréstimos com o Governo Federal, que concedeu mais prazo para que os pagamentos fossem feitos. Mas, caso o Estado retorne para a fase vermelha, isso não será suficiente.

“Alguns pegaram empréstimos e, agora em março ou abril, começariam os pagamentos, mas o Governo Federal aumentou a carência de 8 para 11 meses, e isso aliviou em três meses para os empresários. Mas é preciso uma contrapartida do Governo do Estado e das prefeituras. Temos muitas taxas de impostos estaduais e municipais, como o IPTU, taxa de localização, taxa de funcionamento, ICMS, que é bem pesado, uma série de impostos que vamos continuar pagando. Pegar mais empréstimos, manter empregos e, depois, como vai pagar?”, finalizou.







Por: Tatianne Brandão, Portal Gazetaweb.com