Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

A Assembleia Geral das Nações Unidas adiou por três anos a graduação de Angola da categoria de País Menos Avançado (PMA) na última quinta (11). O órgão adotou uma resolução que concede ao país um período adicional para melhorias.

Durante a preparação, Angola continuará tendo a estratégia nacional de transição suave apoiada pelo sistema das Nações Unidas, em cooperação com parceiros de várias frentes.

Em áudio, o chefe da Sessão dos Países Menos Avançados da Unctad (Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento), Rolf Traeger, aponta aspetos relevantes para a decisão de expandir a transição.

Base de petróleo na Angola (Foto: UN Photo)


“As principais razões dessas dificuldades são a concentração excessiva da economia de Angola em poucos setores, especialmente no setor do petróleo que constitui 93% das exportações”, disse à ONU News.

“Além disso, houve uma queda dos preços do petróleo ao longo dos anos 2010, o que afetou e o país negativamente”. Em 2019, a Assembleia Geral estabeleceu fevereiro de 2021 como o prazo para a saída da economia angolana do estatuto de País Menos Avançado.
País de Renda Média

Traeger explica como essa medida tem reflexo para economias no mesmo estágio. “Diz-se frequentemente que eles vão deixar de ser Países Menos Avançados para serem Países de Renda Média. Esse não é o caso”.

“Angola já deixou de ser País de Renda Baixa em 2003. Quer dizer que a partir de 2004 tornou-se um país de Renda Média. Angola já é um País de Renda Média e espera-se que o continue sendo, apesar de ser um PMA”, pontuou.

Pela nova decisão, o maior órgão deliberativo da ONU realça o compromisso com o processo de graduação das nações menos avançadas e incentiva as medidas de transição suave.

 
ONU: Angola tem mais três anos para sair da categoria de País Menos AvançadoTrânsito na capital angolana, Luanda; país foi o maior beneficiado pelos recursos extras liberados pelo programa (Foto: Wikimedia Commons)
Outro fator de preocupação é o fato de Angola, como país menos desenvolvido dependente de commodities, manter sua vulnerabilidade às flutuações de preços e enfrentar uma recessão econômica por seis anos consecutivos.

O documento realça ainda que é importante que o Governo de Angola acelere a diversificação econômica para reduzir o impacto negativo dos indicadores econômicos. Outro fator essencial é garantir a redução das vulnerabilidades sociais.

“Esses fatores perturbaram ainda mais o progresso do desenvolvimento sustentável do país”, disse Traeger.




Por: Redação, A Referência.com