O poderoso produtor é acusado de abusar de atrizes e funcionárias da Weinstein Company desde 1991.




Após a ascensão meteórica e de conquistar a glória no Oscar de forma surpreendente com Shakespeare Apaixonado, a queda de Harvey Weinstein, um dos maiores produtores de Hollywood das últimas décadas, foi mais impactante que sua trajetória de sucesso e mais rápida que a velocidade da luz. Após ser acusado de assediar sexualmente ao menos dez mulheres — entre elas atrizes e antigas funcionárias —, o magnata foi expulso da The Weinstein Company, empresa que ele mesmo criou e comandava desde 2005.

A determinação partiu do conselho de acionistas do estúdio, que transferiu o controle do império Weinstein para o irmão de Harvey, o também produtor Robert — confira o comunicado oficial emitido pela diretoria a seguir: "À luz das novas informações que surgiram nos últimos dias sobre a má conduta de Harvey Weinstein, os diretores da Weinstein Company — Robert Weinstein, Lance Maerov, Richard Koenigsberg e Tarak Ben Ammar — determinaram e informaram a Harvey Weinstein que seu contrato com a The Weinstein Company foi encerrado, com efeito imediato" (via Variety).

Na última quinta-feira, dia 5 de outubro, uma reportagem do The New York Times apresentou e esmiuçou inúmeras acusações de assédio sexual feitas à Weinstein — remontando à época em que o "cartola" de Hollywood ainda estava à frente da Miramax, em 1991 e que foram solucionadas, em sua maioria, através de portentosas somas de dinheiro utilizadas para comprar o silêncio das acusantes. Entre as testemunhas do NYT, encontram-se figuras famosas da indústria estadunidense como Ashley Judd (Divergente) e Rose McGowan (À Prova de Morte), além de outras seis mulheres, que recontaram suas experiências para o relatório do prestigiado jornal nova-iorquino.


Ainda que tenha declarado que se distanciaria da Weinstein Co. e que tenha ensaiado uma espécie de pedido de desculpas — de caráter indeciso entre um tom de contra-ataque e de culpa —, o produtor (segundo fontes da Variety) não aceitou ser afastado de sua companhia, que foi responsável por lançar filmes como O Artista, O Lado Bom da Vida e o documentário The Hunting Ground, que trata justamente de casos de sobreviventes de estupros em uma universidade estadunidense. Assim, a diretoria da Weinstein Co. decidiu não realizar nenhum tipo de acordo financeiro para facilitar a saída do ex-CEO e o obrigou a abandonar a empresa.

Além de ter desmascarado o produtor — que, anteriormente, chegou a ser conhecido por ser um defensor das mulheres e de causas humanitárias —, a queda de Weinstein também deve causar efeitos colaterais em outros âmbitos da sociedade norte-americana, principalmente na política, uma vez que o produtor era um constante militante do Partido Democrata.



Com os relatos de acusantes e de críticos que continuam surgindo na imprensa dos Estados Unidos e sem sua advogada e o apoio de antigos colaboradores de Hollywood, Weinstein pode estar se aproximando do fim de sua carreira.




Fonte: Adoro Cinema