Imunizante passou nos testes de estabilidade e consistência, mas produção atrasou porque máquina de lacres apresentou defeito.


Reuters

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta segunda-feira (8) o início da produção em larga escala, em solo brasileiro, da vacina de Oxford/AstraZeneca. A informação foi antecipada pela colunista Mônica Bergamo, da “Folha de S.Paulo”.

O imunizante fabricado com insumos importados (IFAs) da China passou nos testes de estabilidade e de consistência. Com isso, devem ser entregues 3,8 milhões de doses ao Ministério da Saúde até o fim de março.

Também nesta segunda, o assessor especial do Ministério da Saúde, Airton Soligo, disse que até junho o Brasil deverá ter 14 milhões de doses de vacina da Pfizer.

"O que que o presidente da Pfizer garantiu ao presidente Bolsonaro hoje? A antecipação de 5 milhões do segundo semestre para maio e junho. Ou seja, dos nove milhões que nós tínhamos previstos, se incorporarão mais cinco milhões de doses, passando para 14 milhões", disse o assessor especial da Saúde.

A Pfizer é a única vacina que, até o momento, possui o registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Lacração deu defeito

A primeira remessa dessas doses deveria ser distribuída nos próximos dias, mas foi adiada para pelo menos 24 de março. A Fiocruz explicou que o atraso foi por causa de uma falha técnica em uma máquina de lacre da embalagem.

Segundo a fundação, o defeito já foi solucionado na semana passada.

Pelo calendário ajustado, um total de 30 milhões de doses deve ser disponibilizado até abril, e 100 milhões até meados do ano. Elas serão usadas no Programa Nacional de Imunização (PNI), coordenado pelo governo federal.

'Uma guerra', diz vice

Nos testes, a Fiocruz analisa uma possível contaminação no frasco e se o volume preciso foi depositado corretamente em cada vidro.

Segundo a “Folha”, três produções seguidas e independentes têm que ser finalizadas. Caso haja qualquer falha em uma delas, a produção é abortada e tem de recomeçar do zero.

“Vários parâmetros têm que ser minuciosamente observados. Normalmente é necessário perder mesmo muito tempo com tudo isso. É uma guerra. Mas que foi finalizada”, disse à “Folha” Marco Krieger, vice-presidente de produção e inovação em saúde da Fiocruz.

O primeiro lote de um milhão, justamente o que passou nos testes principais, já pode, portanto, ser comercializado. E a fábrica deve entregar no total os 3,8 milhões de doses até o fim de março.













Por: G1