Divulgação |
A oferta e a demanda por leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em Alagoas já é o mais alto desde o início da pandemia do novo coronvírus, há um ano, de acordo com levantamento do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Em relatório divulgado nesta segunda-feira (8), os especialistas apontam que a demanda por leitos mais que dobrou na última semana, e projeções apontam para um possível colapso.
A ocupação dos leitos já ultrapassou os 80% em Alagoas, ponto crítico onde é recomendado o lockdown pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste (C4NE). Apesar de não ter havido a decretação de medidas mais severas, o estado regrediu em várias frentes do distanciamento social controlado. “As medidas de mitigação previstas nos protocolos em vigência até então não estavam sendo suficientes”, diz Gabriel Bádue, coordenador do OAPPEC.
Ultrapassando a ocupação de 224 e oferta de 256 leitos de UTIs registrados no final de junho de 2020, quando a pandemia estava em seu momento mais crítico até então, o estado atinge agora a ocupação de 234 e oferta de 301 leitos – um recorde em números absolutos. Proporcionalmente, a lotação já ameaçou atingir os 90% no fim de junho do ano anterior, mais do que os atuais 80%, mas projeções indicam hoje o risco iminente de colapso no sistema de saúde alagoano.
Da segunda quinzena de dezembro até a segunda quinzena de fevereiro, a taxa de crescimento na demanda por novos leitos era de, em média, 8 unidades por semana. Esse número subiu para 20 leitos por semana na segunda quinzena de fevereiro, e para 52 na última semana. Já a taxa de ocupação nas UTIs que já havia ultrapassado 70% nas últimas duas semanas, voltou a superar os 80% nos últimos dias. Assim, mantido o atual ritmo, o sistema público de saúde pode atingir lotação máxima nas próximas semanas, apesar dos esforços para abertura de mais leitos.
Aumento nos números
Alagoas registrou 3.883 casos e 84 óbitos por Covid-19 na última semana, um aumento de 20% e 27%, respectivamente, comparado à 8ª Semana Epidemiológica. O interior agora supera a capital tanto em casos quanto em óbitos, com Arapiraca, no Agreste, apresentando a situação mais preocupante. São 325 casos por 100 mil habitantes, a maior incidência do estado e quase o triplo do segundo colocado: Maceió, com 116.
A Região Agreste foi colocada na fase vermelha nesta segunda-feira (8). Arapiraca também registra a maior incidência de óbitos por 100 mil habitantes, com 5,6 mortes. Ela vem seguida da 10ª Região Sanitária, correspondente ao Sertão, e de Maceió – esses com 3,7 e 3,1 óbitos por 100 mil habitantes. Os sinais claros do agravamento da pandemia também passam pelos números de testagem. Foram mais de 13 mil exames pendentes em Alagoas neste domingo (7), com a proporção de positivos nos RT/PCR realizados pelo Laboratório Central de Alagoas (Lacen) em mais de 65%. Caso esses testes fossem processados nesta semana, infere-se pela proporção de positivos que teríamos mais de 8 mil casos confirmados, ultrapassando o recorde observado na primeira onda, de 6.811 casos.
Por: Jamylle Bezerra, Portal Gazetaweb.com / com Assessoria
0 Comentários